28.4.08

Revirando a Cultura

Neste fim-de-semana rolou a Virada Cultural, aqui em São Paulo. Trata-se de um circuito, que dura 24 horas (das 18h de sábado até às 18h de domingo) com vários eventos espalhados pelo centro da cidade, tais como mostras de filmes, espetáculos de dança, teatro de rua e shows, muitos shows. Foram armados cerca de 5 palcos, com programações para atender a todos os gostos. E eu, como não sou bobo nem nada, fui conferir o palco Rock, que apresentou (na faixa) Paul Dianno, além de um jam com músicos do Sepultura.

Nunca tinha visto o Dianno ao vivo. Até porque sempre achei caro pagar R$ 80 pra ver o cara. Não que eu não goste, acho até que ele mandou bem nos primeiros discos do Maiden. Mas oitenta contos é meio caro.



Anunciaram que ele tocaria o álbum Killers na íntegra. Não rolou. Ele abriu o show com Idles of March e depois mandou ver em clássicos como Murders in the Rue Morgue, Wrathchild e Killers. Além disso, tocou algumas do primeirão, como Phantom of the Opera, Transylvania, Remember Tomorrow e Prowler. Tocou algumas da carreira solo dele. O ponto pitoresco do show foi uma versão de Hey Ho, Let's Go, crááááássico do Ramones, no bis, que encerrou o show com milhares de pessoas cantando enlouquecidamente Running Free.

O cara é simpático e tem uma boa presença, apesar de estar mancando. Mas a banda de apoio...mais parecia que os caras pagaram pra tocar ali com ele. Já ouvi dizer que ele tem uma banda em cada lugar que toca, talvez pra baratear o custo. Mas podia ter escolhido melhor. Os rapazes mandaram várias na trave e parece que sentiram o peso de tocar Iron pra uma galera de milhares de pessoas. Parecia uma badinha cover, daquelas que participam de festivais de metal no Garagem Hermética ou no Manara. Sem contar que o pessoal da P.A. estava perdido, fazendo altas experimentações na mesa, ora aumentando o volume, ora trocando os canais. Amadorismo.

Logo a seguir, entraram Andreas Kisser e mais uma galera de cabeludos para detonar Metal Militia, do primeirão do Metallica. A essas alturas, o vinho já fazia efeito e eu não consegui mais acompanhar o set dos caras. Mas mandaram bem, o som já estava melhor e a galera que foi até a Praça da Repúbica curtiu muito. Eu aproveitei pra botar o headbangin' em dia e estou curtindo um puta torcicolo até agora.

Mas o melhor desse passeio heavy-cultural foi ver que, mesmo que digam que São Paulo é uma cidade de alta periculosidade, a prefeitura ainda tem culhão para organizar um evento desta magnitude e garantir a segurança de todos. Tinha muitas viaturas circulando, muitos policiais nas ruas. Me abri pra organização do evento que, além de trazer diversas atrações para os mais diversos tipos de público, valoriza a cidade e mostra que sim, é possível fazer um evento de rua com segurança e qualidade.

Alguém aí se habilita a fazer algo parecido em Porto Alegre?